O ensino das ciências enriquecido tecnologicamente
Nos últimos anos, os avanços em TIC vieram modificar a forma como reflectimos sobre o ensino das ciências nos níveis básico e secundário. Existem já novos produtos móveis de fácil utilização que ajudam as escolas a incorporar novas unidades e actividades nos curricula científicos. No entanto, como a maior parte dos educadores sabe, os apetrechos por si só não bastam para alterar a forma como os professores, ou as escolas, vêem o ensino das ciências nas aulas. Por outras palavras, melhores ferramentas não levam necessariamente ao desenvolvimento duma melhor pedagogia. Claro que a sociedade quer providenciar ambas às crianças: as escolas deveriam criar ambientes estimulantes junto dos aprendentes, ensinando-lhes competências válidas em TIC, ao mesmo tempo que lhes deve alimentar o desejo de aprender e o gosto pela descoberta. Pesquisas e projectos de desenvolvimento recentes vieram aproximar as exigências tecnológicas das pedagógicas no intuito de melhorar o ensino das ciências na Europa.
Neste número especial da eLearning Papers veremos exemplos de como as TIC podem enriquecer o ensino das ciências tanto do lado do aprendente como do professor/formador. Baseando-nos nas novas tecnologias e nos conhecimentos já adquiridos graças à pesquisa e ao enriquecimento tecnológico, quais as estratégias e as abordagens pedagógicas que mais beneficiam do uso das TIC? Que impacto tem, nos curricula e na avaliação, o ensino das ciências dado com base em tecnologias? Como é que a formação de professores pode levar em conta as inovações mais recentes em TIC? Sabe-se que não é por causa das TIC que os alunos aprendem, mas antes devido às interacções entre raciocínio e actividades (com ou sem recurso a TIC). E também se concluiu que as diferenças consideráveis entre o que os alunos aprendem e os resultados obtidos nas aulas variam consoante o professor e as suas perspectivas pedagógicas. O estudo levado a cabo pela BECTA, por exemplo, veio provar que existe uma forte correlação entre as maneiras de usar as TIC e os resultados obtidos pelos alunos (Cox & Abbott, 2004). Tendo isto em mente, e à medida que aumenta o acesso das escolas às TIC, é óbvio que devemos analisar as formas adequadas de incorporar e utilizar esta tecnologia proveitosamente.
Os artigos escolhidos para este número chamam a atenção para vários projectos que levam em linha de conta tanto as inovações técnicas como as pedagógicas que as TIC podem trazer ao ensino das ciências. Assim, estes estudos, ao centrarem-se em modelos pedagógicos e em métodos de formação eficazes, apontam para soluções diversas de incorporação das TIC nas aulas.
O primeiro, intitulado “O papel do raciocínio, da experimentação e da comunicação nos laboratórios de ciências”, debruça-se sobre como melhorar a qualidade e o potencial de análise crítica do ensino das ciências através da formação dada aos professores e do apoio prestado pelas TIC. Interrogando-se sobre os objectivos do ensino das ciências, os autores mostram como o desenvolver do conhecimento técnico-científico no aluno pode redundar numa visão do mundo mais aberta e mais ética. O segundo, um estudo de caso saído do programa piloto europeu Pollen, apresenta um roteiro para uma aplicação generalizada do método inquisitivo ao ensino das ciências (“inquiry-based science education” IBSE – sigla inglesa) nas escolas de nível local e com o apoio duma rede alargada de peritos e de instituições.
Os terceiro e quarto artigos descrevem aplicações práticas, específicas que ajudam os professores através da utilização eficiente das TIC. O projecto FICTUP, financiado pelo programa de Aprendizagem ao longo da vida da UE, trata dos processos de concepção e de aplicação de materiais de formação que associam o uso de TIC à aprendizagem adquirida através da pesquisa. Seguidamente é apresentada em detalhe uma plataforma virtual que põe à disposição dos professores uma ferramenta de avaliação de alunos inovadora que parametriza a aprendizagem adquirida via TIC. É a “Geoscience Concept Inventory (GCI) WebCenter” – plataforma virtual da rede de centros de avaliação do conhecimento através de testes conceptuais de escolha múltipla para as Ciências Naturais.
Por último, o artigo do CRECIM – Centro de Investigação para a Educação Científica e da Matemática – constitui uma recensão crítica e aprofundada do papel de certas TIC em modelos pedagógicos de ensino das ciências. Dá exemplos concretos de como utilizar as TIC para implantar um modo inquisitivo de aprendizagem em laboratórios de ciências. Estes diferentes exemplos de utilização de TIC no ensino das ciências oferecem uma visão cabal do papel que as novas tecnologias têm vindo a desempenhar na criação duma abordagem mais dinâmica à aprendizagem nas aulas.
Neste número especial da eLearning Papers veremos exemplos de como as TIC podem enriquecer o ensino das ciências tanto do lado do aprendente como do professor/formador. Baseando-nos nas novas tecnologias e nos conhecimentos já adquiridos graças à pesquisa e ao enriquecimento tecnológico, quais as estratégias e as abordagens pedagógicas que mais beneficiam do uso das TIC? Que impacto tem, nos curricula e na avaliação, o ensino das ciências dado com base em tecnologias? Como é que a formação de professores pode levar em conta as inovações mais recentes em TIC? Sabe-se que não é por causa das TIC que os alunos aprendem, mas antes devido às interacções entre raciocínio e actividades (com ou sem recurso a TIC). E também se concluiu que as diferenças consideráveis entre o que os alunos aprendem e os resultados obtidos nas aulas variam consoante o professor e as suas perspectivas pedagógicas. O estudo levado a cabo pela BECTA, por exemplo, veio provar que existe uma forte correlação entre as maneiras de usar as TIC e os resultados obtidos pelos alunos (Cox & Abbott, 2004). Tendo isto em mente, e à medida que aumenta o acesso das escolas às TIC, é óbvio que devemos analisar as formas adequadas de incorporar e utilizar esta tecnologia proveitosamente.
Os artigos escolhidos para este número chamam a atenção para vários projectos que levam em linha de conta tanto as inovações técnicas como as pedagógicas que as TIC podem trazer ao ensino das ciências. Assim, estes estudos, ao centrarem-se em modelos pedagógicos e em métodos de formação eficazes, apontam para soluções diversas de incorporação das TIC nas aulas.
O primeiro, intitulado “O papel do raciocínio, da experimentação e da comunicação nos laboratórios de ciências”, debruça-se sobre como melhorar a qualidade e o potencial de análise crítica do ensino das ciências através da formação dada aos professores e do apoio prestado pelas TIC. Interrogando-se sobre os objectivos do ensino das ciências, os autores mostram como o desenvolver do conhecimento técnico-científico no aluno pode redundar numa visão do mundo mais aberta e mais ética. O segundo, um estudo de caso saído do programa piloto europeu Pollen, apresenta um roteiro para uma aplicação generalizada do método inquisitivo ao ensino das ciências (“inquiry-based science education” IBSE – sigla inglesa) nas escolas de nível local e com o apoio duma rede alargada de peritos e de instituições.
Os terceiro e quarto artigos descrevem aplicações práticas, específicas que ajudam os professores através da utilização eficiente das TIC. O projecto FICTUP, financiado pelo programa de Aprendizagem ao longo da vida da UE, trata dos processos de concepção e de aplicação de materiais de formação que associam o uso de TIC à aprendizagem adquirida através da pesquisa. Seguidamente é apresentada em detalhe uma plataforma virtual que põe à disposição dos professores uma ferramenta de avaliação de alunos inovadora que parametriza a aprendizagem adquirida via TIC. É a “Geoscience Concept Inventory (GCI) WebCenter” – plataforma virtual da rede de centros de avaliação do conhecimento através de testes conceptuais de escolha múltipla para as Ciências Naturais.
Por último, o artigo do CRECIM – Centro de Investigação para a Educação Científica e da Matemática – constitui uma recensão crítica e aprofundada do papel de certas TIC em modelos pedagógicos de ensino das ciências. Dá exemplos concretos de como utilizar as TIC para implantar um modo inquisitivo de aprendizagem em laboratórios de ciências. Estes diferentes exemplos de utilização de TIC no ensino das ciências oferecem uma visão cabal do papel que as novas tecnologias têm vindo a desempenhar na criação duma abordagem mais dinâmica à aprendizagem nas aulas.
http://www.elearningpapers.eu/index.php?page=volume&vol=20&lng=pt
1 comentário:
(citação) "...melhores ferramentas não levam necessariamente ao desenvolvimento duma melhor pedagogia."
O departamento de marketing da Nokia, concorda connosco e adoptou o mesmo paradigma para anunciar o seu modelo N8, como se pode ver:
http://www.nokia.pt/produtos/todos-os-modelos/nokia-n8
(observar frase publicitária)
Parece que eles andaram a ler umas coisas...
Pedro Queiroga
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